Visibilidade lésbica: ‘Sapatãs’ do mundo, uni-vos! - sex shop pantynova

Visibilidade lésbica: ‘Sapatãs’ do mundo, uni-vos!

29 de agosto é o dia da visibilidade lésbica! Essa data foi instituída no I Seminário Nacional de Lésbicas (SENALE), nos anos 1990. O encontro teve como tema “Visibilidade, Saúde e Organização”, e tinha como propósito debater temas relevantes para mulheres homossexuais, além de buscar diminuir a lesbofobia e outras violências.

Será que hoje podemos dizer que avançamos em relação ao cenário de 30 anos atrás? É, realmente, necessário celebrar a data? O que podemos fazer para apoiar essa parte da comunidade? De quem, afinal, é essa luta?

São muitas perguntas, né? É porque a gente adora fazer mais de uma coisa por vez, mas não se preocupe, que eu não sou esfinge para pra ficar lançando enigma e vou falar sobre cada uma dessas perguntas para você. Vem comigo, bb!

VISIBILIDADE OU ORGULHO? O QUE TEM PARA HOJE?

Mulher é uma coisa tão boa que merece mais de um momento de celebração! Em 19 de agosto, comemoramos o Dia do Orgulho Lésbico, e dez dias depois, o Dia Nacional da Visibilidade Lésbica. Parece a mesma  coisa, né, mas cada data tem sua razão de ser.

O Dia da Visibilidade, 29 de agosto, como já dissemos, foi instituído no I SENALE. Assim como no primeiro seminário, os encontros seguintes trouxeram a temática de acordo com o cenário do momento, mas o enfrentamento da lesbofobia e o fortalecimento do feminismo sempre foram pautas fixas.

Já em 19 de agosto, o Dia do Orgulho Lésbico é uma homenagem à primeira manifestação de mulheres lésbicas no Brasil, que ocorreu no Ferro’s Bar, em 1983. Nesse dia, ativistas do GALF (Grupo Ação Lésbica Feminina) ocuparam o bar para exigir que sua publicação, a revista “ChanacomChana” pudesse ser comercializada no ambiente. A venda da revista tinha sido proibida pelos proprietários. 

Essa manifestação ficou conhecida como “Stonewall Brasileiro”, uma alusão ao evento estadunidense ocorrido em 1969 que deu origem ao Dia Mundial do Orgulho LGBT. Mas essa é outra história…

E É COM MUITO ORGULHO QUE VAMOS FALAR DA VISIBILIDADE LÉSBICA

Mesmo dentro do movimento LGBTQIAP+, as lésbicas sofrem diferentes formas de apagamento e de preconceito. Seja pela fetichização da sua sexualidade, seja pelo machismo estrutural presente em todas as esferas da sociedade. 

Esse foi um dos motivos que levou a antiga sigla GLS (Gays, Lésbicas e Simpatizantes) se tornar mais inclusiva e abrangente, posicionando o L como primeira letra na nova sigla. 

E esse apagamento se dá de diferentes formas, e as violência vividas pela comunidade lésbica podem ser psicológicas, simbólicas, financeiras e até mesmo físicas chegando ao extremo do estupro coletivo / corretivo e do lesbocídio.

Parece inacreditável, mas acredite, em pleno 2023, ano da maior Copa do Mundo de Futebol Feminino da história, ainda se faz necessário lutar contra os diversos tipos de violência que a comunidade lésbica.

Muito já se conquistou, mas ainda é preciso lutar por espaço e protagonismo até mesmo dentro da comunidade LGBTQIAP+, onde, apesar de as mulheres serem muito atuantes, o protagonismo ainda é majoritariamente masculino. 

VAMOS GALERA, MULHERES!

Sim, galera, vamos juntes! Porque apesar de ser uma luta das mulheres lésbicas, todes nós podemos contribuir com a causa e mostrar nosso apoio. 

Quer apoiar e tá mais perdide que eleitor de direita tentando defender o despresidente? Pergunte-me como!

E a resposta, queride, é mais simples do que parece: consuma de mulheres, consuma de mulheres lésbicas. Consuma seu trabalho, compre, compartilhe, valorize o trampo das manas. Dê voz e amplifique as falas de mulheres lésbicas, contribuindo para que se tornem protagonistas de suas histórias.

Apoie sua amiga quando ela manifestar interesse em outra mulher, sem usar de estereótipos fetichistas ou ofensivos (ou as duas coisas de uma vez só).

Não opine sobre a aparência da mulher lésbica ou sobre o quanto ela performa feminilidade ou não (Aliás, não opine sobre a aparência de ninguém que isso é muito anos 90, e a gente já evoluiu muito, né, meu povo!?) Não julgue quem é mais ou menos lésbica por ser mais ou menos fermina. Ser sapatão não é uma competição!

Pequenas atitudes como essas mostram seu apoio que, vamos combinar, deve ser posto e reforçado todos os dias do ano e não apenas nessa data querida.

ESCREVO, ASSIM, MINHAS PALAVRAS, NA VOZ DE UMA MULHER SAGRADA

E é isso aí, pessoal! Bora mostrar respeito e apoiar as lésbicas sem silenciá-las ou tirar seu o protagonismo. 

As mulheres já sofrem machismo e preconceito em todas as esferas da sociedade. A mulher lésbica, além de passar por tuuuuudoooo isso, ainda se vê diante da violência de ter sua sexualidade e seus corpos fetichizados por muitos homens (às vezes, até por outras mulheres “curiosas”).

Muito já foi conquistado nestes tantos anos de luta, mas o caminho para que as lésbicas tenham seus direitos garantidos em sua totalidade e integridade ainda é longo. Pra se ter uma ideia: a dupla maternidade (ou dupla paternidade) ainda não é assegurada no país – o Projeto de Lei 5.423/2020 ainda tramita no Congresso.

Apoie a causa dando visibilidade e mostrando orgulho e, principalmente, apoie a causa mostrando para a comunidade lésbica o seu RESPEITO todos os dias do ano.

Apoie o trabalho das mulheres lésbicas, os projetos, suas vidas e seus amores. Orgulhe-se das suas amigas, mães e ou filhas lésbicas. Orgulhe-se de você e de ser quem você é!

Nós nos orgulhamos e queremos ser vistas e respeitadas tanto nos dias 19 e 29 de agosto quanto em todos os outros dias. Cê vem com a gente?