Você já ouviu falar em “GAP do orgasmo”? Também chamado de“lacuna do orgasmo”, por estudiosos da sexualidade, o GAP pode ser explicado (de forma bem simplificada) como a superioridade de pessoas que se identificam como homens que dizem gozar nas práticas sexuais solo ou a 2 em relação às pessoas que se identificam como mulheres. Os números mostram que, mesmo com todas as conquistas nas últimas décadas, o orgasmo feminino ainda não é tão recorrente quanto o masculino.
Essa diferença é observada há anos, em diferentes pesquisas realizadas por instituições que estudam o comportamento e o bem-estar sexual. Em 2016, por exemplo, a Universidade da Flórida fez uma pesquisa com quase 53 mil adultos nos Estados Unidos, e apontou que 95% dos homens heterossexuais afirmaram que sempre tinham orgasmos durante o sexo. Já entre as mulheres heterossexuais, esse número era inferior a 30%.
O GAP do orgasmo foi observado também no Censo do Sexo 2022, realizado pela pantynova.
Mas antes de continuar falando sobre esse assunto, é preciso explicar que, embora a gente realize pesquisas sobre sexualidade, comportamento e bem-estar sexual desde o início da pantynova, o Censo do Sexo é o início de um projeto maior, que terá desdobramentos nos próximos anos. Os dados colhidos e as interpretações feitas com base nesses dados servirão de ponto de partida para a criação de novas hipóteses e investigações futuras.
Ainda não temos dados comparativos para incluir não bináries nessa avaliação, mas esperamos que esse projeto alcance, logo nas próximas edições, uma maior diversidade de pessoas.
Orgasmo feminino é 35% menor que masculino
Pois é, gente! Segundo o Censo do Sexo pantynova, o GAP do orgasmo se dá tanto na masturbação quanto na relação a 2. Quando sozinhas, 66% das mulheres disseram gozar sempre, já quando envolve outra pessoa, esse número cai muito!! Somente 19% disseram chegar lá todas as vezes que transam com alguém.
Já entre os que se identificam com o sexo masculino, 86% gozam sempre durante a masturbação, só que esse número também cai quando estão outra pessoa, ficando em 54%.
Mesmo assim, os homens dizem gozar muito mais que as mulheres.
Para se ter uma ideia, num ranking de 7 posições de pessoas que sempre gozam (sozinhas ou acompanhadas), os 4 primeiros lugares são ocupados por gente que se identifica como homem.
Afinal, de quem é a culpa do GAP do orgasmo?
Bem, a gente não tá aqui pra apontar um culpado, e nem vamos nos arriscar a afirmar algo de forma definitiva, afinal, como já foi dito: o Censo do Sexo é o início de uma série de pesquisas que queremos fazer e somente daqui a uns anos vai ser possível responder melhor às hipóteses que surgem e que ainda vão surgir.
Só que não dá pra negar que o GAP do orgasmo, assim como muitos outros problemas relacionados ao prazer e à sexualidade, é algo cultural. Ou seja, se deve a um monte de fatores, principalmente ao fato de que vivemos em uma sociedade em que as regras ainda são feitas com base em valores hétero-patriarcais.
E isso não muda de uma hora pra outra, né?!
Historicamente, a busca pelo prazer foi negada às mulheres, considerada até pecado. E isso está tão enraizado na nossa cultura, que mesmo hoje, muitas mulheres que combatem o patriarcalismo ainda sentem dificuldade de explorar seu próprio corpo, de conhecer as zonas erógenas, de saber sentir e comunicar o que lhes dá prazer.
A boa notícia é que podemos mudar esse cenário com educação sexual, conversas sem julgamentos, e com conteúdos que promovam a autoconsciência, a autoestima e o bem-estar sexual.
O que mais o Censo do Sexo 2022 mostrou?
O Censo do Sexo 2022 teve a participação de 1813 pessoas de todos os gêneros, orientações sexuais e residentes nos quatro cantos do país.
Além do GAP do orgasmo, muitos outros dados chamaram atenção. Entre eles, destacamos alguns que mostram o quanto o posicionamento político interfere nas relações, assim como o nível de satisfação pessoal, e o quanto o uso de sex toys ajuda as pessoas a gozarem mais.
E tivemos algumas surpresas positivas, como saber que a maioria das pessoas responderam que falam abertamente sobre sexo e que se consideram abertas a experimentarem novas possibilidades de prazer.
Quer saber mais sobre as vontades e o comportamento sexual da galera? Acesse o resultado do Censo do Sexo 2022 pantynova!
Mas não para por aí!
O Censo do Sexo é um start para muita conversa. Entendemos que os dados vão nos ajudar a ampliar ainda mais o diálogo sobre sexualidade.
Por isto, decidimos divulgar alguns dados do Censo do Sexo: pra lembrar as pessoas da importância de se cuidar da sexualidade do mesmo modo como se cuida da pele, do corpo etc.
Ao longo dos meses, vamos desdobrar as informações, debater sobre os números e chamar especialistas para conversar a respeito de alguns pontos interessantes do Censo do Sexo 2022.
Estamos produzindo artigos, episódios de podcast, conteúdo de redes sociais e otras cositas más… Então, segue a gente pra não perder nada, hein!